Sosseguei, relaxei, atraquei meu barco no porto e fiquei em paz... Tirei férias dos sentimentos embolados que viviam me perseguindo. Costumava sentir a brisa e observar as tempestades que as vezes apareciam, mas gostava mesmo de ver o céu sorrindo pra mim numa manhã bonita de sol radiante, gostava mesmo de respirar fundo e ter força o suficiente para jamais pensar em desistir. Eram essas coisas simples que vinham me ensinando que nem sempre os excessos nos fazem felizes.
Com o passar do tempo quando o meu barco já não oscilava tanto nas correntezas da vida, uma nova embarcação atracou no meu porto bagunçando um pouco o cais... No inicio tive medo de me perder em alto mar novamente, tive medo que a ilusão tomasse conta das minhas decisões, tive medo do nevoeiro me cegar. Só não sabia que a nova embarcação era um grande barco de resgate, só não sabia que havia chegado o tempo da sinceridade me sorrir! E sorriu, gargalhou e teve crises de risos bem do meu lado... transbordou, preenchendo o infinito de vazios que me circulavam quase sempre. Era a minha vez de ser feliz, era o meu momento de experimentar um pouco do sabor que o amor sincero têm, era a vez, de ser a minha vez!
Molhei meus pés, primeiro devagar, sem pressa e sem escutar vozes que não fossem as minhas. A água parecia calma e convidativa, fui me acostumando a sua temperatura, fui me adaptando a cada lapso que aquela sensação me trazia. Aos poucos fui mergulhando no oceano azul que se fazia imenso ao redor de mim... Ainda tinha medo de morrer afogada, mas o barco resgate, o meu porto seguro, parecia está sintonizado a mim a cada milésimo de fração que se dividia o tempo. Era finalmente a resposta para todas as minhas orações, eram os pedidos que as velinhas de aniversários me proporcionaram no passado, era Deus me dizendo que esteve o tempo todo escrevendo uma história bonita para mim.